quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Corridas de rua exigem cuidados com o coração


Esporte é seguro, mas só quando orientado por um especialista. Não é todo mundo que pode fazer um esforço físico tão intenso!


Um dos esportes que mais cresce em número de adeptos e provas no país, a corrida de rua exige cuidados com o coração, que na grande maioria das vezes são ignorados pelos atletas. O esforço cardíaco excessivo e a atividade física aeróbica sem a orientação de um profissional podem levar a complicações graves, como infarto, arritmias e, em casos extremos, à morte súbita. 

A morte súbita durante a corrida é rara, conforme evidenciou uma pesquisa publicada no periódico científico The New England Journal of Medicine, mas não deve ser ignorada. Em uma década (2000 a 2010), a pesquisa registrou 59 casos de morte súbita em maratonas e meia-maratonas realizadas nos Estados Unidos, em quase 11 milhões de participantes. O número é equivalente a uma morte a cada 185 mil corredores. 
Parece pequeno, mas serve de alerta, segundo o cardiologista Leandro Echenique, do Centro de Cardiologia do Exercício e Esporte do Einstein. “A corrida de rua é segura, mas quando orientada por um especialista. Não é todo mundo que pode fazer um esforço físico tão intenso.” 
O dado exige ainda mais cuidado devido ao número crescente de corridas de rua no país. Só em São Paulo, por exemplo, a Federação Paulista de Atletismo registrou em 2012 um aumento de 15% (quase 100 mil pessoas a mais) no número de atletas em relação a 2011. Neste ano (2013), a projeção de crescimento é de 20%.



Riscos ao coração

Atividade física faz bem e, quando praticada regularmente e com orientação adequada, previne o surgimento de fatores nocivos ao coração, como a pressão alta, diabetes, colesterol, obesidade e reduz o risco de infarto agudo do miocárdio. 
Os riscos da corrida, no entanto, estão relacionados principalmente aos “atletas de final de semana”. “São os aventureiros. Pessoas que correm sem ter passado por nenhuma avaliação cardiológica ou orientação”, diz o cardiologista do Einstein. 
Neste grupo, o exercício físico pode servir de “gatilho” para a manifestação de alguma doença cardíaca silenciosa. “O exercício não vai provocar a morte por si só, mas pode desencadear alguma complicação em que já tem uma doença cardíaca e não sabe.” Entre os sinais de alerta que o corredor de rua deve observar, o dr.Echenique lista: a falta de ar, dor no peito, tontura, palpitação e o desmaio. 
O ideal, porém, é que a pessoa não corra riscos. Dessa forma, a avaliação cardíaca é necessária antes do início da atividade física. “O médico vai pesquisar os sintomas (de problemas cardíacos), levantar o histórico familiar, medir a pressão, ouvir pulmões e o coração”, diz o cardiologista. Além da consulta e do eletrocardiograma, testes como o ergoespirométrico e o ecocardiograma também poderão ser indicados.


Dicas para correr com segurança e proteger seu coração:

Passe por uma avaliação médica antes de iniciar o esporte;
Realize os exames solicitados e retorne ao médico com a frequência orientada;
Procure correr regularmente, não apenas aos finais de semana. A intensidade mais adequada do exercício pode ser determinada pelo médico ou educador físico;
Pare de correr caso apresente um dos sinais de alerta: falta de ar, dor no peito, tontura, palpitação ou desmaio;
Se estiver com alguma infecção, aguarde a sua resolução para retornar aos treinos, pois diversos vírus e bactérias podem atingir o coração causando miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco que pode gerar arritmias e morte súbita;

Não utilize anabolizantes ou estimulantes indicados por amigos, pois são prejudiciais ao coração. Procure esclarecer as dúvidas com o seu médico e siga as suas orientações.

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